Ponte
Atravessar um rio é perigoso. Escreveu Guimarães Rosa, em Grande Sertão: “A gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do em que primeiro se pensou”.
A ponte torna a travessia mais segura. E viver é fazer travessias.
Quando somos ponte, ajudamos o próximo a caminhar na outra margem, como poetizou Octávio Paz.
Quem não sabe lidar com quem está do outro lado, prefere a guerra, prefere destruir pontes e acaba se isolando.
Fazer-se ponte é ver além do rio, é conciliar os dois lados da margem, é incluir quem está à margem.
Fazer-se ponte é ser pontífice.