Luz (I)
Em meu livro com Betania Tanure sobre a liderança do Fábio Barbosa na construção da história do Banco Real, há uma passagem curiosa.
Fábio foi o primeiro a levar a ideia de responsabilidade social para a gestão e os processos de um banco. Em uma reunião, da equipe “banco de valor”, ele levantou-se, foi à janela da sala e viu uma rua conhecida por seus mendigos e usuários de droga, próxima à avenida Paulista. Era a Alameda Rio Claro.
“Nós aqui, querendo mudar o mundo, mas não conseguimos sequer mudar a rua ao lado!’ – exclamou.
Transformar a rua ao lado passou a ser um desejo da equipe, que foi à janela pensando na impotência de quem quer transformar o mundo.
Conversando à época com Gilberto Dimenstein, sobre como mudar a rua ao lado, ele ouviu do jornalista: “Coloque luz na rua! As pessoas que vivem na sombra não resistem à luz!”
Deus criou o mundo e disse: “Fiat lux.” Faça-se luz. A luz foi feita e está aí. Nosso trabalho na vida é levar luz onde há escuridão. Ninguém coloca um lampião aceso debaixo da mesa, diz a sabedoria milenar. A luz daquela rua iluminava a copa das árvores, não a rua.
A Alameda Rio Claro, à época, ganhou mosaicos, cafeteria, atrações musicais, e foi totalmente revitalizada, graças às muitas parcerias realizadas para o projeto da rua ao lado.
Luz traz vida.