Li “fedífrago” pela primeira vez em “O Príncipe”. Ele pode ser fiel ou fedífrago, escreveu Maquiavel. Supus, pelo contexto, significar “infiel”. Em uma aula de latim, o professor explicou a origem da palavra “náusea”, enjoo de quem viaja de nau. Daí, ele emendou com a explicação da palavra “naufrágio”, o navio que se quebra. Como eu já conhecia a encíclica papal “Fides et Ratio” (Fé e Razão), perguntei-lhe se fedífrago era formado por “fides” e “fragilis”. Sim, fedífrago é aquele que quebra a fé da palavra dada. É o mesmo que infiel, mas a alegria de traduzir palavras do próprio idioma não tem preço.