Sairemos dessa pandemia mais digitais, com certeza, pois a tecnologia nos permite, com o uso dos dedos (digitus, em latim) a comunicação à distância.
Entretanto, o uso de nossa digital nas teclas de elevadores, teclados de dispositivos eletrônicos e campainhas é um fator de risco para a circulação e a transmissão do novo coronavírus. Por isso, muitos estão usando o cotovelo.
De origem latina, cotovelo é derivado de cubo, cubitum, que significa estar deitado. Concubinus é uma palavra da mesma família e quer dizer estar deitado com, o que levou à palavra concubino(a), que designa um(a) companheiro(a) de cama, um(a) amante.
Sucumbir tem a mesma etimologia, estar deitado sob, ou seja, estar por baixo, ser vencido. Em tempos de pandemia, não podemos sucumbir!
Com as variações da língua, cubitus passou a designar uma posição de estar deitado apoiado sobre os cotovelos.
Cúbito passou a indicar o maior osso do antebraço, também utilizado nos tempos antigos como uma medida de comprimento, como os pés, ainda utilizado na aviação, e o dedo polegar (daí, polegadas).
O cotovelo está presente na nova etiqueta (uma ética menor, mas ainda assim uma ética) de tossir. É com o cúbito direito que muitos pressionam o pote para que o álcool caia na mão esquerda. O cotovelo tem sido usado para empurrar portas, chamar o elevador, é até para cumprimentar as pessoas. O que era uma medida de comprimento está virando um modo de cumprimento!
A crise atual vai fortalecer a digitalização e acelerar a revolução tecnológica. Talvez faça nascer um traço cubital nessa cultura digital. Ao cotovelo, a minha homenagem!